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A Ignorância e a Internet: Um mundo enviesado, porém desenvolvido.

Atualizado: 30 de ago. de 2020

A cultura do cancelamento: apenas mais uma evidência da distorção da inteligência humana, ou, dito de outro modo, da burrice humana. Não atoa, o surgimento desse tipo de conceito prático e massificado como o “cancelamento” tem se tornado comum após o início do século.


Embora a partir dessa época o ser humano tenha desenvolvido tamanhos avanços tecnológicos, a capacidade de reflexão está evidentemente se perdendo; vide nossas escolas e jovens; vide o que faz fama; vide o lixo que se tornou a verdadeira cultura que representa a sociedade contemporânea, algo que valoriza os tantos males do alheio em detrimento da ética imperiosa, ou ainda da moral (também importante para uma construção ética real). E seria um sacrilégio dizer que a única responsável foi a Indústria Cultural, tão discutida na Escola de Frankfurt, com Aroldo e Horkheimer.


O ser contemporâneo conseguiu ir além: se jogou de braços abertos aos grilhões da oportunidade de uma vida medíocre atrás das telas — e com ela surgiu a deindividualização. O indivíduo tornou-se parte de um “ser sem ser”, criando um “alter ego virtual”, em que é possível ser algo que na vida real não se pode ser. É perdido aquele medo do cara a cara, do debate direto, e por isso o que vemos hoje na internet é, em verdade, uma matilha de cães sedentos por polêmicas, brigas (ou tretas, como é mais usual nesse meio) e até cancelamentos. Sim, cancelamentos, aquele cancelamento de que falamos outrora e que você esperava não mais aqui ler sobre, pois por algum motivo deveria eu ter problemas com redigir um texto coerente.


O cancelamento surgiu nesta finda década, e desde então foi crescendo como uma ideia massificada entre os internautas de todo o mundo. Consiste, a priori, na exclusão de pessoas no debate público sobre qualquer assunto, geralmente após essas pessoas ferirem a opinião alheia ou contraposta. Em 2020, o cancelamento chegou a um patamar tão grande, que se tornou uma espécie de “cultura”, algo inerente à todos que usam redes sociais — mesmo que você não cancele ninguém, poderá ser cancelado. —, desde pessoas comuns à “famosos” ou “celebridades”. São inúmeros os famosos já cancelados na internet, como Robert Kelly, Bill Cosby, Harvey Weinstein e até J.K. Rowling. Ainda nesta lista, estão também algumas celebridades frívolas, fruto dessa mesma burrice cultural ou diga-se da melhor maneira, como Marília Mendonça, Anitta ou Nego do Borel.


O cancelamento é como um fenômeno que espera para ser evocado, a cada novo cancelamento que acontece. Hoje, eu, amanhã, você, e assim vai, até que todos sejam cancelados e as pessoas mergulhem na própria ignorância (meus desejos, mesmo que ideais demais). E assim é consumada uma prova da infinita estupidez humana, em contraposição à esmagadora gama de informação verdadeiramente relevante disponível para bilhões de pessoas em todo o mundo. Como já dizia Einstein, “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana”. Nesse caso, parece que essa estupidez ficou mais comum em número, nos dias de hoje. E por isso, não é sem razão que Luiz Felipe Pondé, grande intelectual público e filósofo brasileiro, afirmou “Todo mundo que pensa um pouco vive com medo da força democrática (numérica) dos idiotas”.


Em evidência incapacitados de discutir, debater, argumentar, os componentes da sociedade preferem cancelar, ignorar, se debater e depois bloquear, em uma polarização que caracteriza quase todos os assuntos que possuem dicotomia na atualidade. Na era da informação, nos deparamos com a internet e tecnologia como uma arma dos basbaques que preferem o inútil, utilizando dessa ferramenta da maneira mais

podre que define o ser humano: sua natureza.

E com sua natureza, quer-se dizer da ignomínia que o ser humano em essência é.


 

texto por Vitor Samuel Barbosa Sabatini, turma M2A.

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